O Sétimo Selo
TÍTULO DO FILME: O SÉTIMO SELO (Det Sjunde Inseglet, Suécia, 1957.
DIREÇÃO: Ingmar Bergman
ELENCO: Max von Sydow, Gunnar Bjomstrand, Bengt Ekerot, Nils Pope, Bibi Anderson, Ingá Gill, Maud Hanson, Inga Landgre; 102 min.

RESUMO
Após dez anos de combate nas Cruzadas, um cavaleiro retorna ao seu país, encontrando-o devastado pela Peste Negra. Em sua nova luta contra a Peste, o cavaleiro pede uma trégua, durante a qual ele jogará uma partida de xadrez com a Morte. Sempre acompanhado de seu fiel escudeiro Jons, o cavaleiro depara-se então com a morte, através da fome e da peste.
Suas dúvidas e tormentos só são aliviados quando conhece Jof e Mia, um ingênuo casal de saltimbancos.
CONTEXTO HISTÓRICO
O século XIV assinala o apogeu da crise do sistema feudal, representada pelo trinômio "guerra, peste e fome", que juntamente com a morte, compõem simbolicamente os "quatro cavaleiros do apocalipse" no final da Idade Média.
Inicialmente, a decadência do feudalismo resulta de problemas estruturais, quando no século XI, a elevada densidade demográfico na Europa, determinou a necessidade de crescimento na produção de alimentos, levando os senhores feudais aumentarem a exploração sobre os servos, que iniciaram uma série de revoltas e fugas, agravando a crise já existente.
As cruzadas entre os séculos XI e XIII representaram um outro revés para o sistema feudal, já que seus objetivos mais imediatos não foram alcançados: Jerusalém não foi reconquistada pelos cristãos, o cristianismo não foi reunificado, e a crise feudal não foi sequer minimizada, já que a reabertura do mar Mediterrâneo promoveu o crescimento de relações econômicas mais dinâmicas, representadas pelo Renascimento Comercial e Urbano, que já contextualizam o "pré-capitalismo", na passagem da Idade Média para Moderna.
O trinômio "guerra, peste e fome", que marcou o século XIV, afetou tanto o feudalismo decadente, como o capitalismo nascente. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra devastou grande parte da Europa ocidental, enquanto que a "peste negra" eliminou cerca de 1/3 da população européia. A destruição dos campos, assolando plantações e rebanhos, trouxe a fome e a morte.
Nesse contexto de transição do feudalismo para o capitalismo, além do desenvolvimento do comércio monetário, notamos transformações sociais, com a projeção da burguesia, políticas com a formação das monarquias nacionais, culturais com o antropocentrismo e racionalismo renascentistas, e até religiosas com a Reforma Protestante e a Contra Reforma.
Insere-se ainda nessa mesma conjuntura, o início do processo de expansão ultramarina, que abrirá os horizontes comerciais para os Estados europeus fortalecendo tanto a burguesia nascente, como os monarcas absolutistas a ela aliados nesse momento.