Indochina
TÍTULO DO FILME: INDOCHINA (Indochine, França, 1992)
DIREÇÃO: Régis Wargnier
ELENCO: Catherine Deneuve, Vincent Perez, Linh Dan Pham, Jean Yanne, Henri Marteau. 154 min, Belas Artes/Haway.

RESUMO
No Vietnã durante os anos 30, a francesa Eliane é proprietária de um imenso seringal. Ela adota a órfã Camile, filha de um casal amigo de vietnamitas morto num acidente. A menina é educada segundo os padrões franceses e cresce se transformando em uma bela jovem.
A visita inesperada do oficial da marinha Jean Baptiste desperta a paixão de Eliane. Tempos depois, também Camile apaixona-se pelo oficial, quando em plena revolução nacionalista na década de 40, Jean Baptiste é transferido para o norte do país.
CONTEXTO HISTÓRICO
Na segunda metade do século XIX, países europeus, Estados Unidos e Japão envolveram-se numa disputa econômica resultante da Segunda Revolução Industrial, que partilhou o mundo afro-asiático. Trata-se do neocolonialismo, ou imperialismo, que representou uma saída para depressão que começava atingir a economia capitalista em 1873.
Depois de um longo período de crescimento a economia européia viveu uma crise de superprodução. Os preços e os juros caíram numa velocidade impressionante. A nova colonização visava mercados para escoar o excesso de produção e de capitais. Além do mais, a industrialização do século XIX, implicou a necessidade crescente de matérias-primas estratégicas, como o petróleo e a borracha. Essa última foi encontrada principalmente no sudeste asiático, numa região conhecida naquela época como Indochina, que hoje corresponde ao Vietnã, Laos e Camboja.
Nessa conjuntura, em 1887 a Indochina foi conquistada e submetida ao colonialismo francês. A resistência nacionalista inicia-se imediatamente com um movimento de mandarins (1885-1896), para depois da I Guerra Mundial, ser liderada por jovens revolucionários de inspiração comunista e por estudantes que retornavam da França.
A Crise de 1929 com o "crack" da bolsa de Nova Iorque, afetou toda economia capitalista, provocando o crescimento da resistência nas regiões colonizadas. Foi assim que em 1930 nasceu o Partido Comunista Vietnamita, severamente combatido pelas autoridades francesas. A derrota da França na primeira fase da II Guerra Mundial repercutiu fortemente no Vietnã e o império colonial francês se desmoronava frente ao avanço do Japão. Em maio de 1941 nascia a Frente de Independência do Vietnã (Vietminh) liderada pelo comunista Ho Chi Minh, que lutando contra o fascismo japonês e o imperialismo francês, proclamou a independência da República Democrática do Vietnã (2 de setembro de 1945), após a derrota do Japão na II Guerra.
Com o fim da II Guerra, a França, além de não reconhecer o governo de Ho Chi Minh, tenta recolonizar a Indochina, ocupando o Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Essa nova agressão imperialista estendeu-se até 1954, quando a França derrotada retirava suas tropas e reconhecia a independência da Indochina, dividida em Laos, Camboja, e Vietnã, que no contexto da Guerra Fria dividia-se em Vietnã do Norte (governado pelo líder comunista Ho Chi Minh) e Vietnã do Sul. Esse último, com apoio norte-americano, passou a ser governado autoritariamente por Ngo Dinh Dien, que em 1955 liderou um golpe de Estado e suspendeu as eleições em 1960, desencadeando a Guerra do Vietnã.