Lisboa, século XVI
No Cais do Sodré há mais do que uma praia escondida debaixo do asfalto
Enorme rampa de lançamento de barcos do séc. XVI foi descoberta debaixo da Praça D. Luís, juntamente com vestígios de estruturas de séculos posteriores.
A descoberta tem menos de um mês. Os arqueólogos encontraram uma enorme rampa de lançamento de barcos do séc. XVI junto ao mercado da Ribeira, em Lisboa. Feita com troncos de madeira sobrepostos, a estrutura ocupa 300 metros quadrados e data de uma época em que a cidade sofria os efeitos de sucessivos surtos de peste e epidemias, graças aos contactos com outras gentes proporcionados pelos Descobrimentos.
Para continuar a trazer de além-mar o ouro, a pimenta e o marfim que lhe permitiam pagar as contas, o reino investia na construção naval, e a zona ribeirinha da cidade foi designada como espaço privilegiado de estaleiros. Os relatos da altura dão conta de uma cidade cheia de escravos vindos de além-mar, mas também de mendigos fugidos do resto do país para escapar à fome.
Os arqueólogos nem queriam acreditar na sua sorte quando depararam com a rampa enterrada no lodo debaixo da Praça D. Luís, a seis metros de profundidade, e muito provavelmente associada a um estaleiro naval que ali deverá ter existido. "É impressionante: é muito difícil encontrar estruturas de madeira em tão bom estado", explica uma das responsáveis da escavação, Marta Macedo, da empresa de arqueologia Era.
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