Mercantilismo
O Mercantilismo – Pierre Deyon
Livro: O Mercantilismo
Autor: Pierre Deyon
Editora: Perspectiva
Páginas: 116
A obra O Mercantilismo de Pierre Deyon, embora bastante resumida, apresenta um conteúdo de excelente qualidade mostrando o momento histórico que foi o mercantilismo. Primeiro Pierre inicia o conteúdo de seu livro com uma cronologia dos fatos essenciais e com significados do período em questão, desde 1942 quando Cristóvão Colombo descobre as Antilhas até 1776 quando é dada a Declaração de independência dos Estados Unidos. Pierre procura definir em seu livro que o mercantilismo não foi apenas um período comercial, mas sim um sistema manufatureiro, agrícola e toda uma concepção do poder estatal. Ele procura relatar a confusão que se criou entre a história dos fatos e das teorias econômicas, mesmo porque a palavra mercantilismo não é contemporânea, os homens que viveram entre os séculos 15 e 18 não usavam este termo para definir seu sistema econômico da época, Pierre vai mais além, ele diz que o mercantilismo foi batizado por seus adversários, e desta maneira não o definiram corretamente, simularam apenas seu aspecto comercial, e atribuíram ao adjetivo mercantil um matiz pejorativo e odioso. (imagem)
Na visão do autor o mercantilismo esta ligado aos antecedentes medievais, a comuna legou ao Estado moderno uma solida tradição na vida econômica e social, os Estados monárquicos do século XV e XVI, o mercantilismo que começa se firmar na França e na Inglaterra na segunda metade do século XV estendeu aos limites das jovens monarquias nacionais as preocupações e as práticas da Idade Média, mas é somente no século XVI que aparecem os primeiros sinais de uma economia mercantilista. Do decorrer do livro o autor explica de maneira prática e de fácil entendimento todos os movimentos mercantis de diferentes países, demonstrando exemplos entre eles, ele explica que a França e a Inglaterra foram capazes de conduzir no século XVII uma política econômica coerente, a Espanha era relativamente fraca, a Itália muito dividida e devastada pela guerra e a Suécia muito ligada à economia das Províncias Unidas. Os tipos de mercantilismo também foram bem divulgados pelo autor, como o metalismo e o bulionismo na Espanha, o colbertismo na França, devido a Colbert que mais incentivou o industrialismo mercantilista francês, já na Inglaterra ficou conhecido como comercialismo, devido à proximidade com o comércio exterior.
Um fator muito importante que senti falta neste livro é o sistema colonial, afinal a colonização se enquadra no conjunto de práticas mercantilistas como o monopólio e o protecionismo, a colônia cumpria sua tarefa possibilitando grandes lucros para o Estado e para a burguesia mercantil, embora ele comente sobre a balança comercial favorável, não explica que esta era possível através das colônias. No final do livro o autor expõe alguns documentos e depoimentos do período mercantilista de extrema importância, que acredito que o próprio autor os tenha estudado minuciosamente para chegar as conclusões que expôs em seu livro sobre o mercantilismo, um deles que chamou muito minha atenção foi o documento nove, o mercantilismo segundo Colbert, em que ele deixa claro a importância da riqueza para seu país naquele momento, em que os lucros são a coisa mais importante, e que para serem bem sucedidos precisam estar sempre em vantagem a qualquer custo. Este é um livro muito útil ao período estudado, em que o autor conseguiu passar de um modo geral um período muito importante que lutava por uma economia satisfatoria, o mercantilismo comporta uma significação social, religiosa e assinala um marco na história do pensamento cientifico.
Resenha
Profa. Helen Silvia Batista