EM NOME DO PAI

TÍTULO DO FILME: EM NOME DO PAI (In the Name of the Father, Irlanda/Grã Bretanha/EUA, 1993)DIREÇÃO: Jim SheridanELENCO: Daniel Day-Lewis, Emma Thompson, Pete Postlethwait, John Linch, Corin Redgrave. 132 min.RESUMOEm 1974, um atentado a bomba produzido pelo IRA (Exército Republicano Irlandês) mata cinco pessoas num pub de Guilford, arredores de Londres. O jovem rebelde irlandês Gerry Conlon e três amigos são presos e condenados pelo crime. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudar o filho e também é condenado, mas pede ajuda à advogada Gareth Peirce, que investiga as irregularidades do caso.CONTEXTO HISTÓRICOO atentado retratado pelo filme faz parte de uma atualidade que se tornou rotina na Inglaterra desde a divisão da Irlanda em 1921.Dominada desde o século XII pelos ingleses, a Irlanda nunca se deixou subjugar completamente. País de língua celta e de religião católica (exceto na região nordeste no Ultser), a Irlanda origina-se no século IV antes de nossa era, quando ocorre a chegada de uma população céltica, os gaélicos, diferente daquela que, na mesma época, invadiu a Grã-Bretanha. No século XVIII a Irlanda conheceu uma exploração tão violenta, que sua população chegou a diminuir sensivelmente.Em 1801 com a "Ata da União", o parlamento inglês anexou totalmente a região, dando aos irlandeses uma participação insignificante no governo, onde patriotas como Oâ??Connel e Parnell, deputados pela Irlanda, lutaram pela autonomia política, a "Home Rule".Já era comum que a luta resultasse em radicalismos e violência, contando com a atuação de sociedades secretas como a "Jovem Irlanda" e a "Liga Agrária de Parnell". Por outro lado, os 3/4 católicos da população irlandesa não possuíam direito de representação parlamentar, até que em 1899 decretou-se a "Ata da Emancipação", que inclusive suprimia o caráter oficial da Igreja Anglicana na Irlanda.Somente o início do século XX conheceu a autonomia política da Irlanda. Em 1914, formou-se um parlamento e em 1921 após dois anos de guerrilha foi reconhecido o Estado Livre da Irlanda, membro do Commonwealth, mas sem a região do Ultser, onde os protestantes representavam a maioria. O primeiro ministro britânico Lloyd George formalizava assim, a divisão da Irlanda em Norte - "Ultser" (de maioria protestante e industrializada, totalmente em mãos inglesas, com capital em Belfast) e o Sul - "Eire" (de maioria católica e independente da Comunidade Britânica).Em 1948 a constituição do Eire foi modificada e o país tornou-se a República da Irlanda, rompendo com a Commonwealth. Apesar de apoiar a união com o Ultser, a República da Irlanda reprova a luta armada e as ações terroristas do IRA, sigla de Irish Republican Army (Exército Republicano Irlandês), força nacionalista que substituiu, a partir de 1919, os voluntários irlandeses, e da qual uma parte constituiu o novo exército do Estado livre após o Tratado de Londres (1921). Prosseguindo em sua luta contra o governo britânico na Irlanda do Norte, dividiu-se em dois ramos em 1969: o IRA "oficial", que condena o terrorismo, e o IRA "provisório", dominante na Irlanda do Norte, que pratica ações terroristas sistematicamente, como forma de chamar a atenção da opinião pública internacional e pressionar o governo britânico, visando a soberania da Irlanda do Norte em relação a Grã-Bretanha, e em última instância, a integração com a República da Irlanda.